Na semana passada, 13/06/2017 o
jornal “ O Estado de São Paulo” publicou um caderno sobre o 24º prêmio Top
Imobiliário.
Os textos que acompanham a
notícia se referem a diferentes aspectos da produção de edifícios para
habitação para mercado, desde investimentos voltados a empreendimentos “Minha Casa Minha Vida”, até edificações
luxuosas que se pretendem especiais.
Assim, informam que o edifício “Heritage
by Pininfarina” (Cyrela), assim como o recém lançado “Curitiba 381/ Ibirapuera”
(Brookfield/Lopes) seriam edifícios com projetos especiais, sem, entretanto,
informar seus autores. Da mesma forma, em todos os outros textos que se referem
à produção de edificações para mercado, não é feita qualquer referência à
autoria do projeto arquitetônico.
Onde estão os autores dos
projetos? Há algum tempo escrevi um texto onde afirmei que o trabalho do
arquiteto para o mercado imobiliário seria um elemento de importância relativa,
na medida em que, poucas vezes essa informação é inserida nas matérias promocionais,
mas, ao mesmo tempo, relevante nessa produção enquanto parte constitutiva da
montagem do negócio, uma peça na engrenagem.
A publicação do 24º Prêmio Top
Imobiliário demonstra que, estruturado o negócio, a contribuição do projeto
arquitetônico, do ponto de vista mercadológico, é nenhuma. Deixa claro, pela
ausência de qualquer referência, que o projeto arquitetônico não tem a menor
importância; ao mesmo tempo é enfatizado o nome “Pininfarina”, um escritório
conhecido pelo design de automóveis, referência que tem a intenção de conferir
qualidade ao produto à venda.
Isto posto, poder-se-ia agora
afirmar que o projeto arquitetônico não tem a menor importância para o mercado
imobiliário. Deixa de ser uma peça importante na engrenagem e passa a ser um
simples parafuso, importante, inicialmente, para sustentar a montagem do
conjunto, mas quando a engrenagem inicia seu funcionamento, esse parafuso pode
ser ignorado.