IGREJA DA CRUZ TORTA / MÃE DO SALVADOR
Arquitetos Francisco Segnini
Joaquim Barretto
PARA SENTIR E COMPREENDER O TRÍPTICO DA IGREJA MÃE DO SALVADOR
Renina Katz / 1976
Tarefa difícil a de enfrentar um espaço destinado à liturgia, e sem se valer de um discurso convencional. Maria assume o desafio. Numa linguagem clara e simples, a embora indireta, integra no espaço arquitetônico a sua mensagem contemporânea de cristandade. Os critérios clássicos da liturgia são desenvolvidos de forma dramática, onde a narração não se apóia numa retórica desgastada. A cruz, seu elemento básico como símbolo, não ocupa o centro como foco convencional; está presente em todo o percurso do painel.
Desmembrada, referida, insinuada e até configurada, ela é o símbolo chave.
Surge do reconhecimento. E o modo de organizar o espaço, marca o lugar das
convenções litúrgicas. O lado direito e o esquerdo, com sua significação do
divino e do profano e o centro como o lugar da ascensão.
Tudo relacionado num desenvolvimento sem rupturas, que vale mais do que o
desejo de encontrar a boa forma de representação. Vale, sobretudo, como
intenção de caracterizar que importa mais integrar do que romper as dualidades
e ambivalências da condição humana.
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