Texto Publicado na revista MAIS/ Clube Alto dos Pinheiros nº148
Os postes de transmissão de energia
elétrica e iluminação pública existentes passaram a ser, nos últimos anos, suporte
para outros serviços tais como cabos de telecomunicação acarretando grave poluição
visual, a qual, além da questão estética das cidades, contribuem com a má
qualidade dos serviços dessas concessionárias. Furtos de fios, vandalismos e
diversas forma de acidentes são recorrentes e provocam insegurança da população.
Grande parte desses acidentes são provocados pela forma com que as árvores
existentes são tratadas por meio de podas que priorizam a fiação e destroem a
estrutura da vegetação.
A fiação aérea apresenta muitas
desvantagens quando comparada com as redes de distribuição subterrâneas.
O cabeamento elétrico aéreo
é adotado por ter um custo menor de instalação embora os custos de manutenção
sejam mais elevados. Em contrapartida, o cabeamento subterrâneo, embora tenha
custo inicial mais elevado, reduz os problemas citados.
As grandes capitais do mundo, mais estáveis
em seu processo de crescimento, adotam as redes subterrâneas. São Paulo, uma
cidade que no início do século XX tinha menos de 300 mil habitantes chega ao
século XXI com 12 milhões (região metropolitana – 21,50 milhões), teve um
crescimento violento e desordenado assim como a distribuição de energia
elétrica. Não se pode comparar com cidades como Paris que nos anos de 1900 já
tinha uma população de 1 milhão e atualmente conta com 2,1 milhões de
habitantes (região metropolitana - 10 milhões), onde, atualmente a fiação é
praticamente toda subterrânea.
Em
São Paulo, o processo de aterramento da fiação começou nos anos de 1940,
entretanto, segundo a Eletropaulo, em 2019 somente 7 % da cidade tinha fiação
subterrânea. No ano de 2005 houve a intenção de tornar obrigatório o
aterramento do cabeamento por meio da Lei nº 14.023 de 2005 do Município de São
Paulo, entretanto essa lei não foi implementada em função de demandas
judiciais. Em 2017 a Prefeitura de São Paulo, mais uma vez, procura
providenciar o aterramento da fiação por meio do “Programa São Paulo sem Fio”.
Esse programa, após diálogo com as concessionárias de energia e de
telecomunicação, consegue o aterramento de 65,2 km de redes aéreas e a retirada
de 3.014 postes, beneficiando 170 vias da cidade requalificando algumas regiões
e áreas centrais.
Atualmente tramita na Assembleia Nacional o Projeto de Lei 88/21 fixando
o prazo de dez anos para que as
concessionárias de energia elétrica e de telefonia providenciem a fiação
subterrânea.
Isto posto, trata-se de um assunto em
discussão na sociedade, fundamental para a melhoria dos espaços urbanos e para
a segurança da população. Como sou otimista, acredito que São Paulo pode vir a
ser uma cidade muito bonita.
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