sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

 IGREJA DA CRUZ TORTA / MÃE DO SALVADOR

Arquitetos Francisco Segnini 
               Joaquim Barretto



Renina Katz fala do painel de Maria Bonomi

PARA SENTIR E COMPREENDER O TRÍPTICO DA IGREJA MÃE DO SALVADOR 

Renina Katz / 1976

Tarefa difícil a de enfrentar um espaço destinado à liturgia, e sem se valer de um discurso convencional. Maria assume o desafio. Numa linguagem clara e simples, a embora indireta, integra no espaço arquitetônico a sua mensagem contemporânea de cristandade. Os critérios clássicos da liturgia são desenvolvidos de forma dramática, onde a narração não se apóia numa retórica desgastada. A cruz, seu elemento básico como símbolo, não ocupa o centro como foco convencional; está presente em todo o percurso do painel.


Desmembrada, referida, insinuada e até configurada, ela é o símbolo chave. Surge do reconhecimento. E o modo de organizar o espaço, marca o lugar das convenções litúrgicas. O lado direito e o esquerdo, com sua significação do divino e do profano e o centro como o lugar da ascensão.

Tudo relacionado num desenvolvimento sem rupturas, que vale mais do que o desejo de encontrar a boa forma de representação. Vale, sobretudo, como intenção de caracterizar que importa mais integrar do que romper as dualidades e ambivalências da condição humana.


Nenhum comentário:

Postar um comentário